Mera fantasia de cérebro demente

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Ascendi o farol dos olhos puxados, grandes bolas amarelas, como as do gato no escuro; era tudo silencioso, sem mosquito, sem barulho de rua, tudo tão calmo até levantar-me para fumar e foi nesse momento que apontei o movimento e avistei a sombra, profunda, tensa e intensa, amedrontada, escondendo-se entre as saias de tijolos, inquieta brincava com meu desconcentro; o âmbito tinha sido invadido, então fui atrás para ver quem era a incansável fugitiva, - me cansais tanto na ida -; tomei ar estufando o pulmão, como quem não quer nada parei na esquina e aí estava ela, espiando-me; fui em frente e, todavia a ousada veio atrás, agora era eu quem estava sendo perseguida, o medo me afastou dos corredores e as grandes bolas amarelas brilharam sem piscar, ia dar mais um pulo e fui surpreendida pelo pensamento. – Pêra aí, se foi eu quem estava a procurá-la, ora bandida, te pego!-. Novamente enchi-me de coragem, rapidamente olhei em busca de armas e encontrei uma vassoura, a ergui, posicionando-me para a luta; mas, a covarde se afundou no escuro e não quis sair mais. Fiquei na expectativa e nada, logo cansada coloquei a espada no chão e dei a volta lentamente, afastando-me alguns metros olhei de recanto, foi embora, a invasora do quarto deve ter caído no sono, me espichei e levantei, é dia, tão diferente da noite. Ascendi um cigarro, satisfeita da companhia.

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